O ano de 2019 foi um ano de clara recuperação face às perdas registadas em 2018 nas diferentes classes de ativos. Se em 2018 não existiu practicamente nenhuma classe de ativos em terreno positivo, devido principalmente a um último trimestre bastante negativo, em 2019 a narrativa mudou por completo, com ganhos na generalidade das classes de ativos analisadas e, nalguns casos, com valorizações muito expressivas.
Num contexto de abrandamento económico global, os ganhos nos mercados financeiros foram catapultados, sobretudo, pela acção proactiva dos Bancos Centrais, em particular da Reserva Federal (FED), e pelo desanuviamento de alguns factores de risco, como por exemplo a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e o acordo entre o Reino Unido e a União Europeia, no sentido de um Brexit ordenado.
O sector industrial europeu foi o que mais se ressentiu das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, tal como espelhado na queda do índice PMI Manufacturing abaixo dos 50 pontos, zona onde se manteve todo o ano (46,3 pontos, em Dezembro). Por sua vez, o sector dos Serviços manteve-se resiliente, com o índice PMI a encerrar o ano nos 52,8 pontos e a suportar, em larga medida, o mercado de trabalho.
A taxa de desemprego terminou o ano nos 7,5% (Novembro), o valor mais baixo desde 2008. Entre as maiores economias do Euro, a Alemanha regista a menor taxa de desemprego (3,1%) enquanto as maiores taxas são observadas em França (8,4%), Itália (9,7%) e Espanha (14,1%).
Por sua vez, a taxa de inflação terminou 2019 nos 1,3%, recuperando do mínimo de 0,7% registado em Outubro passado. Excluindo os custos com alimentação e energia, a taxa de inflação situa-se igualmente nos 1,3%, no máximo do ano.
De acordo com a OCDE, a economia da Zona Euro deverá crescer 1,2% em 2019 (1,9%, em 2018), e 1,1% e 1,2% em 2020 e 2021, respectivamente. O consumo privado deverá registar crescimentos modestos na ordem dos 1,2%-1,3% até 2021, reflectindo uma maior taxa de poupança (7,2%), num contexto de incertezas várias. A taxa de inflação é esperada manter-se muito baixa, terminando o ano de 2020 nos 1,1% e subindo para 1,4% em 2021. Por seu turno, a taxa de desemprego é antecipada diminuir ao longo de 2020 e 2021, até aos 7,4%.
- Euro: Confiança dos Consumidores e Taxa de Inflação
Fonte: Bloomberg.
Portugal
"A economia nacional cresceu 1,8% no segundo trimestre, em termos homólogos, sem variação face ao trimestre anterior."
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o PIB, em termos homólogos, aumentou 1,9% em volume no 3º trimestre de 2019 (taxa idêntica à do trimestre anterior). A procura interna registou um contributo positivo para a variação homóloga do PIB semelhante ao observado no 2º trimestre, verificando-se uma aceleração do consumo privado, enquanto o Investimento registou um crescimento menor. O contributo da procura externa líquida manteve-se negativo no 3º trimestre, observando-se uma aceleração das Importações e das Exportações de Bens e Serviços.
Comparativamente com o 2º trimestre de 2019, o PIB aumentou 0,3% em termos reais (variação em cadeia de 0,6% no trimestre anterior), refletindo o contributo positivo da procura interna para a variação em cadeia do PIB, superior ao registado no 2º trimestre, e o contributo negativo mais intenso da procura externa líquida
- Portugal: Crescimento do PIB e Saldo Externo de Bens e Serviços
Fonte: Bloomberg e INE.
Em termos de inflação, de acordo com o INE, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma taxa de variação média de apenas 0,3% (1,0% no ano anterior). Excluindo os custos com energia e os bens alimentares não transformados, a taxa de variação média do IPC situou-se em 0,5% em 2019 (0,7% no ano anterior).
Por sua vez, a taxa de desemprego, em Outubro passado, situou-se em 6,5%, mantendo-se inalterada em relação à do mês anterior e à de três meses antes, tendo diminuído 0,1 pp relativamente ao valor do mesmo mês de 2018. Comparando com o mês precedente, a população desempregada diminuiu 2,7 mil pessoas (0,8%) e a população empregada diminuiu 3,2 mil pessoas (0,1%). A estimativa provisória da taxa de desemprego de Novembro de 2019 é 6,7%, valor superior em 0,2 pp ao do mês anterior.
- Contas Nacionais - óptica da despesa
Fonte: INE.
Em termos de contas públicas, segundo a Direcção Geral do Orçamento (DGO), as Administrações Públicas registaram um saldo orçamental de 546 milhões de euros no final do mês de Novembro de 2019, o que reflete uma melhoria de 1,1 mil milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior (-585,3 milhões de euros). O saldo primário situou-se em 8,3 mil milhões de euros, mais 891 milhões de euros do que em Novembro de 2018. A evolução registada resultou do aumento da receita (4,5%), superior ao verificado na despesa (3%). A receita fiscal apresentou um crescimento de 3,5%, e contribuiu com 2,1 pp para a evolução registada, refletindo, essencialmente, o aumento das receitas do IVA, ISP e IRS. O aumento da despesa deveu-se, principalmente, ao crescimento das transferências correntes (3,3% e contributo de 1,4 pp) e das despesas com o pessoal (4,7% e contributo de 1,1 pp).
No final do terceiro trimestre de 2019, de acordo com a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), o stock de dívida directa do Estado ascendia a 246,8 mil milhões de euros, cerca de 118% do PIB, rácio que mantém uma trajectória descendente desde meados de 2016, quando atingiu os 128,5%.
- Portugal: Dívida Directa do Estado
Fonte: INE, IGCP. Valores em milhares de milhão
Países Emergentes
"A economia chinesa continua a mostrar sinais de abrandamento, penalizada pelas tensões comerciais dos Estados-Unidos. Por sua vez, países como a India, Rússia e o Brasil, deverão registar uma acelaração nas respectivas taxas de crescimento."
A economia chinesa registou um crescimento de 1,5% no terceiro trimestre de 2019. Em termos anuais, a economia cresceu 6,0% relativamente ao mesmo período do ano anterior, o valor mais baixo desde 1992, penalizada pela persistência das tensões comerciais com os Estados Unidos, diminuição da procura global e aumento do endividamento dos governos locais chineses. As condições monetárias melhoraram recentemente, com a diminuição das reservas mínimas para o sector bancário e a redução das taxas de juro para empréstimos de médio prazo. No mesmo sentido positivo, a política fiscal mantém-se favorável ao consumo, após o corte de alguns impostos, e ao investimento em infraestruturas. Ainda assim, de acordo com a OCDE, a economia chinesa deverá manter a trajectória de abrandamento do ritmo de crescimento dos últimos anos, com uma variação de 5,7% em 2020 (6,2%, em 2019).
A India registou um abrandamento significativo em 2019. Após um crescimento de 6,8% em 2018, a economia indiana é esperada crescer 5,8% em 2019, recuperando para os 6,2% em 2020, de acordo com a OCDE. Com efeito, uma vez reduzida a incerteza política, com a reeleição do primeiro-ministro Modi em Maio passado, os recentes cortes de impostos deverão impulsionar o investimento e o consumo privado. Contudo, menos positiva tem sido a evolução da taxa de inflação, que subiu para os 7,35% em Dezembro. Considerando que o objectivo do banco central para taxa de inflação se situa nos 4%, a manter-se esta subida dos preços tal poderá significar uma menor capacidade para continuar a baixar as taxas de juro (actual 5,15%).
- Economias BRIC
Fonte: Bloomberg.
Na Rússia, a economia registou um crescimento de 0,8% no terceiro trimestre de 2019. Em termos homólogos a economia russa continuou a evidenciar sinais de recuperação, com uma subida de 1,7% face ao igual período de 2018, face aos 0,9% registados no trimestre anterior. A taxa de inflação caiu para os 3%, em Dezembro, o valor mais baixo desde Julho de 2018, e a taxa de desemprego manteve-se inalterada no 4,6% (Novembro). Face à evolução recente da inflação, o Banco da Rússia cortou as taxas de juro em Dezembro, para os 6,25%, sinalizando mais cortes durante o primeiro semestre de 2020, citando a expectativa de manutenção de uma trajectória descendente para a taxa de inflação.
Por fim, no Brasil a economia está a recuperar gradualmente. No terceiro trimestre, o PIB cresceu 0,6%, mais 0,1 pp do que no trimestre anterior e o valor trimestral mais alto desde o primeiro trimestre de 2018. Em termos anuais, a taxa de crescimento do PIB situa-se nos 1,2%, evidenciando alguma recuperação assente no consumo interno. A confiança dos agentes económicos tem melhorado, após a aprovação recente de um pacote de reformas pelo Congresso. A taxa de inflação terminou 2019 nos 4,3%, o valor mais alto desde Maio passado, impulsionada, sobretudo, pelos preços da alimentação e bebidas (6,4%), transportes (3,6%) e saúde (5,4%). A taxa de desemprego mantém-se elevada, nos 11,2%, embora com uma tendência decrescente desde o final do primeiro trimestre de 2019 (12,7%).
Paulo Monteiro
Redigido em 15 de Janeiro de 2020
Evolução dos mercados financeiros
O ano de 2019 foi um ano de clara recuperação face às perdas registadas em 2018 nas diferentes classes de ativos. Se em 2018 não existiu practicamente nenhuma classe de ativos em terreno positivo, devido principalmente a um último trimestre bastante negativo, em 2019 a narrativa mudou por completo, com ganhos na generalidade das classes de ativos analisadas e, nalguns casos, com valorizações muito expressivas.
Num contexto de abrandamento económico global, os ganhos nos mercados financeiros foram catapultados, sobretudo, pela acção proactiva dos Bancos Centrais, em particular da Reserva Federal (FED), e pelo desanuviamento de alguns factores de risco, como por exemplo a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e o acordo entre o Reino Unido e a União Europeia, no sentido de um Brexit ordenado.
Do ponto de vista fundamental, nos mercados accionistas os ganhos foram obtidos à custa da expansão dos múltiplos de avaliação, considerando o fraco crescimento de resultados esperado para 2019, e suportados pela descida das yields das obrigações da dívida pública. Nos mercados de dívida privada, o ano foi igualmente de ganhos assinaláveis, tanto no segmento de Investment Grade como High Yield, num contexto de forte diminuição dos spreads de crédito e suporte dos Bancos Centrais.
Face ao exposto, o MSCI World, o índice accionista global, ganhou cerca de 27% no ano (em USD), o melhor resultado desde 2009. Nas outras classes de ativos os ganhos foram igualmente expressivos: nas obrigações o High Yield Global valorizou 13% (em USD) e o segmento Investment Grade global valorizou 7% (em USD). Entre as commodities, destaque para a recuperação da cotação do petróleo WTI (35%), aproximando-se do preço médio dos últimos anos e reflectindo também o aumento da instabilidade no Médio Oriente. Por sua vez, a cotação do Ouro subiu 18% (em USD), suportada pela maior procura por activos ‘risk-off’.
Fonte: Bloomberg.
Mercados Accionistas
Após um ano de 2018 volátil e particularmente difícil no quarto trimestre, os principais mercados accionistas atingiram novos máximos em 2019, apesar de pequenas correcções ao longo do ano. No início do ano os focos dos investidores estavam apontados para a Europa, não apenas devido ao risco de um Brexit sem acordo como também devido à tensão entre o governo italiano e a Comissão Europeia, e para a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Porém, ao longo do ano, o risco de um
hard Brexit foi gradualmente diminuindo e, em Itália, o novo governo adoptou uma posição menos conflituosa face à União Europeia. No outro lado do Atlântico, a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China condicionou o sentimento dos investidores ao longo do ano, mas o corte de taxas de juro pela FED reduziu os receios de recessão económica.
- Mercados Accionistas versus Volatilidade
Fonte: Bloomberg.
Assim, nos Estados Unidos os índices S&P-500 e Nasdaq-100 valorizaram 28,9% e 38%, respectivamente, encerrando o ano muito perto dos valores máximos do ano. Na Europa, os índices alemão (DAX-30) e francês (CAC-40) subiram 25,5% e 26,4%. Destaque também para o índice italiano (FTSE-MIB), que recuperou das perdas acentuadas de 2018, após a convergência com algumas das métricas que tinham sido impostas pela União Europeia. Já Espanha e Portugal, apesar das subidas, ficaram abaixo da valorização média europeia, penalizados pela instabilidade política em Espanha e fraca liquidez no mercado nacional, respectivamente.
Entre os mercados emergentes, destaque para o índice brasileiro Ibovespa com uma subida acima de 30%, descontando a perspectiva de menos intervencionismo estatal na economia com o governo do Presidente Bolsonaro, e a para a recuperação do mercado chinês, que tinha sido muito fustigado em 2018 devido à guerra comercial com os Estados Unidos.
- Evolução dos Mercados Accionistas Mundiais
Fonte: Bloomberg.
O mercado nacional teve uma valorização de cerca de 10%, o que não foi suficiente para cobrir as perdas de 2018 (-12,2%). Pela positiva, destacaram-se as acções da Jerónimo Martins, com uma valorização superior a 40% (-36,2%, em 2018), com os resultados além-fronteiras a serem os principais drivers da subida. Com efeito, na Polónia os resultados subiram e o governo Polaco não avançou com o imposto sobre retalhistas que estava em equação, e na Colômbia a empresa reforçou a sua presença com abertura de mais lojas. A Pharol SPGS pelo contrário teve uma desvalorização de 39%, com a incerteza sobre o grupo de administradores a pressionar negativamente. Destaque ainda para a forte subida das acções dos CTT, no último trimestre do ano (+50%), devido à recuperação de resultados da empresa e de uma diminuição generalizada das posições curtas por parte de
Hedge Funds, que contam atualmente com posições curtas de cerca de 3,33% do capital bolsista da empresa (dois
Hedge Funds), reduzindo de 5,7% em finais de Agosto (sete
Hedge funds).
- Maiores e menores subidas do PSI-20
Fonte: Bloomberg.
Sectorialmente, a nível global (medido pelos índices MSCI World) a indústria tecnológica foi a que mais subiu, com uma valorização na casa dos 46%. Por sua vez, o sector financeiro, que tem sido um sector muito fustigado devido ao actual contexto de taxas de juro muito baixas (e negativas na Zona Euro), concorrência crescente das fintechs e aumento da regulamentação registou uma recuperação de 22%.
- Evolução Sectorial (Global)
Fonte: Bloomberg, Índices MSCI World. Moeda: USD.
Mercados Cambiais
"Em 2019, o euro depreciou-se 4,9% face a libra esterlina."
Em 2019, o USD continuou a sua trajetória de apreciação face aos demais pares, mantendo assim a tendência de 2018 e suportado pelo maior crescimento da economia americana em comparação com as demais economias desenvolvidas. No entanto, no último trimestre do ano, o Dollar Index teve uma desvalorização de mais de 3%, após novo corte de taxas de juro pela FED e consequente diminuição do diferencial de taxas de juro. O EUR depreciou face a todos os seus principais pares (USD, GBP e JPY), em larga medida devido a indicadores económicos desapontantes e pela expectativa da ‘perpetuação’ do Quantitative Easing (QE) por parte do Banco Central Europeu (BCE) e de taxas de juro baixas por mais um longo período de tempo. O par face ao qual o EUR se depreciou mais foi o GBP, após a diminuição dos receios quanto à possibilidade de um Brexit sem acordo.
- Evolução do Euro e do Dollar Index Spot
Fonte: Bloomberg,
Taxas de Juro
"Nos Estados-Unidos, a FED cortou a taxa de juro para o intervalo 1,50%-1,75%."
Ao contrário do esperado no final do ano de 2018, nos Estados Unidos a FED cortou por três vezes a taxa de juro, do intervalo 2,25%-2,50% para o actual 1,50%-1,75%. Na base da inversão de política monetária esteve o abrandamento da economia mundial, incluindo a norte-americana, face à redução do comércio internacional provocada pela guerra comercial com a China. Neste sentido, a FED optou por actuar preventivamente, não só baixando as taxas de juro, como voltando a aumentar o seu balanço, injectando liquidez no mercado interbancário. Pelo caminho, ficaram as dúvidas quanto à independência de Jerome Powell (presidente da FED) face às pressões de Donald Trump para a adopção de uma política monetária mais acomodatícia. Assim, a taxa Libor teve uma descida de 9 bp no ano, terminando o ano nos 1,91%. As taxas
swap a 5 e 10 anos terminaram o ano com 1,73% e 1,90% descendo no ano 84 bp e 81 bp respetivamente.
- Evolução das Taxas de Juro - USD
Fonte: Bloomberg,
Por sua vez na Zona Euro, tal como a FED, também o BCE retomou um discurso mais
dovish, prolongando a compra de títulos, face ao arrefecimento sentido nas principais economias europeias, nomeadamente na alemã, e a persistência de uma taxa de inflação muito abaixo do objectivo dos 2%. No mercado monetário a taxa Euribor caiu no ano 87 bp fixando-se em -0,32%, mantendo assim a sua trajetória descendente. Nos prazos mais longos as taxas
swap a 5 e 10 anos terminaram o ano em -0,11% e 0,21%, o que significa uma descida anual de 23 bp e de 60 bp, respectivamente.
- Evolução das Taxas de Juro - EUR
Fonte: Bloomberg,
Dívida Pública
Nos Estados Unidos, as
yields dos Treasuries a 10 anos terminaram o ano nos 1,88%, menos 84 bp que no final de 2018. Por sua vez, os Treasuries a 2 anos terminaram o ano nos 1,59%, menos 30bp relativamente ao ano anterior. Deste modo, a diferença entre as duas maturidades terminou 2019 nos 29 bp, reduzindo os receios quanto à possibilidade de uma recessão económica iminente, tal como chegou a ser antecipado no Verão passado, quando este diferencial entrou (momentaneamente) em território negativo. Contudo, tal como referido atrás, a FED, de forma preventiva, cortou a taxa de juro directora, visando a dinamização da actividade económica e o ‘
steepening’ da
yield curve.
Por sua vez, na Zona Euro a
yield dos Bunds a 10 anos terminou o ano nos -0,26%, bem acima do mínimo de -0,71%, registado em Agosto. O ano de 2019 ficou marcado pela aceleração do movimento descendente das
yields de longo prazo na Zona Euro e entrada clara em território negativo. Ainda assim, ao longo do segundo semestre, as
yields a 10 anos recuperaram alguma normalidade, com a perspectiva de estabilização da actividade industrial na Zona Euro.
- Dívida Pública core - yields a 10 anos
Fonte: Bloomberg,
Relativamente à dívida europeia periférica, 2019 foi um ano igualmente de recuperação. Os spreads dos países periféricos baixaram face à Alemanha, o que aconteceu apesar das
yields alemãs terem baixado. Num contexto de descida das
yields e procura por alternativas com maior rendibilidade, a dívida dos países periféricos registou uma forte procura, ao que não terá sido alheia a diminuição do risco político, nomeadamente em Itália e Grécia, com governos mais pró-europeus. Em Portugal, a recuperação recente da economia e a percepção de um baixo risco político permitiu reduzir o prémio de risco face à Alemanha dos 77 bp para os 38 bp, e o diferencial face à Espanha, dos 12 bp para os -3 bp, na maturidade de 10 anos, ano longo de 2019
- Zona Euro
Fonte: Bloomberg,
Matérias-Primas
As matérias-primas registaram, em média, uma valorização de 10% em 2019, medida pelo índice S&P GSCI em USD. Para esta recuperação, contribuíram, essencialmente, a subida dos preços do barril de petróleo (+35%), com o aumentar das tensões geopolíticas e o corte da produção pelos países da OPEP, e a subida da cotação do Ouro em 18%, impulsionada pela procura de activos de refúgio, num contexto de persitência de vários factores de risco. Pelo contrário, os Metais Industriais apenas subiram 2%, penalizados pelo abrandamento económico global, e os Produtos Agrícolas subiram, em média, 5%, ambos em USD.
- Evolução das Commodities
Fonte: Bloomberg,
Luís Neto
Redigido em 15 de Janeiro de 2020
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